sábado, 10 de fevereiro de 2024

Outros Futuros

10 de Fevereiro de 2024.

Feliz ano novo chinês! 

Mais um ano de Dragão. Isso não me assusta. O dragão como um Elemental da água tem força para cruzar os céus. 

Estou aqui pensando no meu currículo e tudo o que fiz da vida. Essa paixão pela doação da voz para explicar ou complicar coisas do dia a dia, deveriam ter me levado ao radialismo ou a propaganda e marketing. E mesmo como toda a minha vocação a oratória, não chego perto dos comícios e das tribunas jurídicas. 

Fato que poderia ter seguido outros caminhos, até mesmo pela Geografia - esse curso que me custou o tempo da filosofia e me colocou nos braços da educação não-formal. Estar no campo da educação museal foi culpa direta da Geografia da UFRJ, que fechou as portas dos seus laboratórios para uma bolsista PAE ( programa de assistência estudantil) - ganhei a bolsa mas precisa me ocupar em algum lugar dentro da universidade para receber - parecia que todas as portas estavam fechadas para mim - isso em 2002. Mas a Casa da Ciência me acolheu. Acolheu do jeito dela, da forma que deu, colocou-me ali no meio do salão de exposição e se vira ai nos 30". E me virei e como me virei - até Visconde de Sabugosa fui, falei de Fisíca, Química, Biologia, Insetos, DNA, Santos Dumont, Carnaval e Saúde Mental e outras coisas mais que apareciam por lá de paraquedas. Até auxiliar de produção eu fui. Vi exposições serem planejadas, curtidas, realizadas e encerradas. Aprendi ali um bocado sobre Produção Cultural em outros tempos.

Se Casa da Ciência me acolheu do jeito que deu, a Geografia me virou as costas, mas não virei as costas para ela, fiz do meu limão uma limonada e fui a luta dar aula. 

Confesso que dar aula em sala de aula não é meu forte. Prefiro dar aula na rua e em espaço aberto, com a galera preocupada com o mosquito, com as cores das fachadas, com os barulhos da rua, com a interferência dos ambulantes perguntando coisas pra vender ou nos gritos de venda da cidade - quem não gosta de um bordão? 

E ali no meio do caos da cidade que gosto de falar da Geografia. Falar da urbis. Falar do lugar. Falar do Não Lugar. Falar de cidade e ocupação. Falar de Identidade. Falar de vias e desvios. Falar dos relevos geográficos.  E ali no meio do caos que vivo e consigo colocar as pessoas para viver e entender o lugar que vivem - a Cidade!

Se isso é ensinar, eu não sei. Eu sei o que é divulgar e o que é vivenciar o lugar. 

É uma via sem volta essa de olhar o mundo como seu grande objeto de pesquisa e entender que tudo que ocorre de humano sobre ele e que define aquilo como Espaço  e que cria laços de identidade, bom ali se tem um landscape GEOGRAFICO.

Você pode até dizer que estou inventando. Mas isso me move tanto quanto falar de estrelas e constelações, que por acaso também foi culpa da Geografia que me levou a olhar o céu e dizer por onde andas e para onde vás ... Se sei de fato que trilha é essa que estou a seguir, vou estar mentindo a vós mescê.

 Só sei que de planetário e museus de ciência não dá pra viver essa que vós escreve; ora ou outra sou guia de turismo e levo o povo pra andar na rua e ver e ouvir sobre outras cidades. 

Estou com saudades, mas quero tempo, muito mais que espaço para andar pela cidade. 

Miro outras coisas e hoje curso Produção Cultural e quem sabe no futuro próximo faço um podcast sobre curiosidades Geográficas, mas como um conteúdo científico e não apenas de mero apreço cultural.


por hj é só pessoal.

domingo, 15 de outubro de 2023

Gosto de sabão

"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu"


"Veja você, arco-íris já mudou de corUma rosa nunca mais desabrochouNão quero ver vocêCom esse gosto de sabão na boca
Arco-íris já mudou de corUma rosa nunca mais desabrochouNão quero ver vocêEu não quero ver
Veja meu bem, gasolina vai subir de preçoEu não quero nunca mais seu endereçoOu é o começo do fim ou é o fim
Eu vou partirPra cidade garantida, proibidaArranjar meio de vida, MargaridaPra você gostar de mim
E essas feridas da vida, MargaridaEssas feridas da vida, amarga vidaPra você gostar"

Se um dia o versos são para me iludir num laço mágico de uma paixão platônica
No outro dia os versos são a tesoura do corte 

O corte é rente 
O corte é rente pra não sobrar fio 
A dor é latente 
A lagrima não rolou e a garganta seca espuma o misto de raiva e tristeza.
De um lado me chamam para transas simplórias e desejos belicosos 
O corpo pede o desejo alheio 
Mas a mente não cede. Pois durante todos esses dias só tinha uma visão, um tesão e um rosto... 
A distancia, o medo e sei lá mais o que impede essa conversa e trava em algum lugar do passado que cava o futuro .
Meu coração não terra de chão batido que quando bate levanta um poeirão e ninguém vê mais nada.
Não. 
Aqui tem carne e sangue - uma dose furor e outra de doçura. 
Eu não preciso lhe avisar, vou sair a francesa e vou agir como tanto homens - fingindo que não entendi nada . 
Não sei se sei fazer isso, mas se eles fazem deve ser fácil . 

Esse ano tem sido um ano de grandes cortes e se isso que chamam de justiça já não sei...
Talvez os cortes sejam maiores que esses 
Talvez o sangue escorra pelos pulsos 
Talvez as verdades ecoem pelas paredes vazias 
e as suas mãos vazias ficam suspensas no espaço esperando algo para segurar 
só tem ar

A vida entra em suspenção 
Mas lá fora o mundo corre 
Corre em desespero 
Corre com pressa 
para ontem 
pra agora 

Agora não corro, só guardo a tesoura do desejo . 
e espero que a dor passe rápido . 
Passe 
passe a jato como um avião 
que pousa em aeroporto seguro 
como a cama quente e travesseiros que abraçam 

Vou fazer uma prova de não mais me apaixonar por miragens ou seja la quem seja for . 
Ninguém vale o meu descompasso 
meus suspiros 
meu transe 
doí .mas vai passar. 


quinta-feira, 22 de junho de 2023

Beijo pelo olhar

No Beijo deixo meus lábios sob os seus.
No laço do abraço me aconchego no seu peito
Na sua mão me apego pra seguir adiante
No seu olhar encontro alento e respeito 
Respiro 
inspiro e transpiro o calor de amar 

Seguro a vida em desalinho 
E me pego aqui sonhando acordada 
com conversar infinitas que só reverberam na minha cabeça 
e o seu tempo está distante é outro tempo é outro lugar é em outro alguém ...
Mas eu quero insistir olhar o seu olhar com olhos gulosos de querer.

Enquanto espero 
Ah! eu espero o meu lugar 
vou procurando o laço em outros abraços em busca do seu calor.
E vou me encantando com os nossos breves encontros 
e vendo o seu sorriso para todas as meninas 
e tecendo que por algum segundo será só meu 
Mesmo que por muito breve ... 
Logo vou ouvir você falando de outros amores e outras paixões 
e eu me encantando com uma ponta de ciúmes dessas outras mulheres que te seduzem 
só quero meu batom vermelho e lambuzar de desejo .

Mas me contento em esperar a te observar 
a viver outros amores .
E eu vou vivendo as outras poesias da vida 
e me envolvendo com outras bocas e desejos 
e mãos me conduzindo a bailar o corpo dos ensejos da vida 

Me olha nos olhos e me veja refletir seu rosto 
o meu doce querer 
olhar que sorrir pra ti e a te respeitar 
e conduzir o que a vida nos permitir viver 

Te beijo a testa na certeza que sua sabedoria guarda a consciência  
do que nos é permitido viver 
e amar 
mesmo que só por um instante 
amemos
 

domingo, 4 de junho de 2023

Família num album de retrato

É madrugada.
Noite com lua cheia no céu e início da noite com vênus brilhante. 
Ontem foi sábado e me coloquei em movimento. 
Não sei pro lado certo - mas me lancei no espaço. 

Nesses últimos meses andei anestesiada... doente... distante e ausente até de mim mesma, tamanho foi o rolo compressor que passou sobre mim. 
Estou há dias para vir aqui relatar sobre isso. Aqui ainda me sinto mais segura para escrever sobre certas coisas que nas tais redes sociais.
Uma hora eu trago meus textos de lá pra cá 

Em março recebi a visita da minha tia, irmã de mamãe aqui em casa. Ela já tem 83 anos e não veio sozinha - veio com a filha. A minha prima mais nova e com certeza a mais problemática de todos os netas da minha avó Alice. Apesar de entre os netos poderia rola uma disputa entre os problemáticos.... 
O mal da família é a Esquizofrenia ... a depressão e os surtos de loucura .... Passei alguns anos ouvindo na boca miúda que a minha mãe era igual a minha avó em gênio e surtos; sinceramente eles estavam todos errados. Ninguém é igual a ninguém, mas insistem que precisam enquadrar as pessoas em formas pré-moldadas.
A minha prima filha dessa tia, irmã de minha mãe, é uma pessoa assim singular; está vivendo um momento de crise depressiva com um grau elevado de ansiedade querer ficar muito rica e comprar a humanidade ao seu favor... Ela mesmo não aceita ou não consegue entender porque a nossa avó não gostava dela. 
Eu durante a minha infância também não gostava dela porque a achava egoísta demais sobre as coisas que ela considerava dela ... Com o tempo passei a acreditar que aquele egoísmo era coisa da infância e com o tempo ela mesmo criaria outras mascaras sociais e teria outros comportamentos. 
O tempo passou e aquele egoísmo - virou um poço de arrogância, prepotência, vaidade e soberba. 
Tudo bem que ela seja tudo isso, tem horas que acredito que seja até necessário a ela pra sobreviver nesse mundo selvagem de pedra - mas sempre agir assim a coisa toma outro sentido.

A vinda da minha tia a minha casa foi muito esperada por anos por mim. Acreditava que esse encontro poderia ser muito positivo e trazer boas histórias para lembrar .
O que restou 
foi o que não restou mais nada. 

A vinda delas a minha casa virou um show de horrores pra mim. A minha mãe tem outra personalidade para lidar com as coisas e ignorou as atitudes ... 
Contudo eu ouvi as falas agressivas da minha prima com toda elegância e soberba.... O fato de não saber o nome do garçom do lugar que sempre frequento foi motivo para me chamar de deselegante e descortês. Ela fala baixo, toda no finesses - eu  sempre  falei alto ... e sinceramente não tenho como mudar muito essa condição por vários  motivos - começando por viver numa casa de surdos, ter perdido parte da minha audição na infância, recuperei depois, mas o estrago vocal já estava instalado - e a minha prima acha isso o oh! Nunca me liguei pra isso, mas a vinda dela a minha casa - eu tive que controlar o meu tom de voz, tive que dormir com a minha porta do quarto encostada, tive que pensar duas vezes o que eu ia falar para não ofender a coitada soberba que tinha ficado sem o seu numero de telefone por conta de um cambalacho que a ex- companheira fez com ela (as histórias dela são todas best-sellers de novela)..... 
Foram  5 dias pisando em ovos dentro da minha casa, porque só a minha prima tinha cuidado, ajudado, feito as coisas para minha tia em detrimento dos irmãos... Num discurso do alter ego inflamado - em que somente ela era capaz de salvar o mundo  - que mundo ? 
só se for o da cabeça dela. 
As agressões verbais foram quase que diárias ou diárias ... Virou um tormento pra mim. 
O desfecho foi bem ruim e terminou numa discussão com filha da minha tia gritando comigo que eu não podia gritar com ela e não poderia mais levar a voz a ela ... e que não ia mais ficar no meu apartamento e que iria para um hotel.... e assim ela fez  ... mas deixou a minha tia aqui em casa sozinha e foi para o hotel .... 
Isso foi num domingo. A viagem de volta da minha tia era na quarta-feira, mas ela não sabia nada sobre o voo dela. Segunda feira após o episodio louco, eu fui pra faculdade tentar sobreviver, voltei pra casa e sai com a minha mãe e a minha tia - e estava desde de domingo tentando saber se os meus primos sabiam algo sobre o voo. Dai rolou o ainda uma ultima briga com a minha prima - pois ela queria a minha tia tinha que ficar correndo atrás dela para poderem viajar juntas...   e eu tive que ficar ligando para o zap dela pra saber paradeiro, porque a bonita também não ia se dobrar pra ligar pra mãe dela e nem pra mim ou pra minha mãe. Criando uma verdadeira situação desconfortável, pois ela tinha me dito que eu não poderia mais falar com ela, mas eu precisava ligar para colocar a minha tia para falar com ela ... sinceramente um tremendo papelão.
A mulher veio buscar a mãe sem falar comigo e de forma bastante arrogante. 
Sinceramente me senti uma idiota .... 


A minha mãe sempre falou pra mim que família é boa no retrato ... ou que eles são iguais aos nosso dentes e que ainda mordem a nossa língua.


Ter a certeza que a única família que tenho são a dos meus amigos e a minha mãe 
me custou a paz desses ultimo meses. 

Demorei para escrever sobre pois ainda estava digerindo isso tudo. O grito no meio da minha cara, a prepotência em que falava as coisas como uma única detentora de saber, uma quase médica .... 
Sou mais a minha simplicidade, meu chinelo, os meus amigos e os meus livros. 

Quero paz .

Mas pra isso eu to precisando reconstruir a minha paz interna e meu direito ao grito 
CHEGA! 
não tenho mais nada a lhe dizer 
quero bem longe de mim e quanto menos eu sei deles melhor. 

As coisas que guardo foram as lembranças do tempo do meu pai ... e que talvez em breve eu também esqueça.  O meu medo de Alzheimer me faz pensar muito como quero ter as minha lembranças ou o que quero tentar manter.
 


sábado, 4 de fevereiro de 2023

Carta a tia Penha II

Rio de Janeiro, 04 de fevereiro de 2023.

Sábado.

Olá Tia Penha!

Fiquei aguardando muito uma resposta sua a minha primeira carta. Mas acho que a senhora nem a leu. Ou se leu a ignorou por completo. 
Tudo bem, acontece. Nem todos são ligados em tecnologias. Eu mesma não sei muito, recorro aos amigos pra me ajudar com as novidades. 
Já se passaram 13 anos. 
Quanta coisa aconteceu nesse tempo. Eu me formei em Geografia e consequentemente em professora de Geografia também - acho que ficará feliz em saber disso - pois lembro muito bem algumas vezes que mencionou em querer que eu fosse professora... Fato que não era o meu sonho ou projeto pessoal; foi o que a vida me permitiu. Nem sempre fazemos o que queremos ou sonhamos.
As vezes somos empurrados pela vida para calçar o quer der e não que se quer.
Espero que estejas bem, na medida do possível. Com saúde tudo se vence.
Nesses treze anos vivi algumas aventuras e outras desventuras - nem todas muito boas e nem todas tão ruins assim. 
Ganhei mais uma cicatriz na canela, agora na perna direita, graças a um assalto em 2015. 
Ainda conto histórias sobre as minhas marcas e não tenho vergonha das manchas que tenho pelo corpo. 
Soube a pouco tempo que ficastes viúva. Meus pêsames. 
Este era o ultimo laço que tínhamos e ele foi rompido. 
Não sei se o tempo foi generoso com a senhora ou ingrato - não sei como está a sua memoria e como tem a preservado. 
Lembro que a senhora tinha hábito de escrever cartas para os politicos - prefeito, governador e presidente - ainda mantem esse hábito? 
Esses últimos anos os tempos foram áridos para politica e não sei qual partido tomou.
Eu continuo observando a vida e escrevendo - e escrevendo muito. Quem sabe um dia público um livro?
Queria noticias suas. 
Quem sabe desta vez me respondes? 
Meu assunto predileto para escrever é o Tempo. E lembro que esse passa ligeiro sobre nossas cabeças e sob nossos pés. Lembro todos os dias que dessa vida nada se leva - além das nossas emoções - talvez nem isso se leve - talvez só se leva a curta memória do que viveu ... de resto - resto. 
Tem gente que insiste em achar que vai levar algo desse mundo material. Padre Antônio Vieira ja dizia do pó viemos ao pó retornaremos. 
Somos tão breves . 
Breves. 
Se nada mais souber - sei que este último laço se desfez de vez - e nada que vivemos um dia será mais rememorado. 
Não tenho magoas ou frustrações - só certeza da versão da história a ser contada será a que ficar registrada. 

Abraços e cuide-se 

somos pó com vento 

e vivemos na tempestade. 

Sua sobrinha distante.   

2023 Outro tempo

 Depois de quase um ano de ausência do blog - não foi por falta de escrita - foi por preguiça mesmo!

Tenho escrito direto no facebook. Na minha rede social... quase anti-social... Escrevo quase que diariamente.

Textos que começam como um diário. Com o dia e o dia da semana , como um registro do tempo, como uma caixa de lembranças.

Alguns leem, outros só visualizam. Ler é pra poucos. Requer tempo. Requer paciência. Em tempos de tiktok o legal são videos rápidos e ligeiros que não falam nada com nada e dizem menos ainda sobre quem os faz .... Com raras exceções que tem conteúdo e mensagem e ainda de quebra fala algo sobre quem diz... 

Eu que sou refém do tempo e preso muito pelas palavras, mesmo essas mal redigidas. Eu insisto em escrever como terapia, como grito, como fala para o vento - sobre o que a garganta nem ousa falar.

Insisto

Pela finitude da vida 

Pela brevidade da flor

Pela beleza circunscrita

Pela raridade em se expor ....

Aqui não é meu rosto, meu corpo, meus olhos, meus dedos ...

Aqui é o meu espirito 

um pouco da minha alma.

um tanto da minha mente veloz - mais veloz que as palavras escritas aqui ... 

quantos foram os versos que fiz na minha cabeça e nem o teclado alcançou....

Eu me faço em palavras 

me conjugo em versos

Me transfiro em frases 

e me conto em contos 

nas entrelinhas da vida. 


Insisto num tema:

TEMPO

nenhum outro me faz tão sagaz - quanto esse do tic-tac... dos minutos, horas, periodos, dias, semanas, meses , semestres e anos .... 

Esse elemento que não toco, não carrego no bolso, não tenho pra vender ou doar, não julgo ou brigo tanto - pois vivo - vivo as vezes sem  pensar . 

O TEMPO. 

eu preso e desprezo ao mesmo tempo de acordo com as rodas da vida.

Por hora 

eu quero mais tempo- o dia tem sido muito curto pra mim - eu quero o dia de 48h - uma manhã de 16h pelo menos pra poder olhar a janela e ver o dia - acordar sem correr - sem atropelar e ja chegar a tarde --- que quando vejo já são 18h.. e o dia começa findar ... e a noite eu peço pra ser lenta pra refrescar as ideias para nova jornada que já parece começar ... 

Se de um lado rogo por tempo 

penso que não há tempo sem chão - sem caminho - sem via - sem lugar 

Outros lugares preciso pra respirar . me acalentar 

por hj é só .

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Abraço

Braço 
Abraço 
Laço
enredo 
ledo 
em contento sem abraço 
o seu abraço 
esse que nunca chega 
pra aquecer no inverno 
ou mesmo no verão 
Esse braço que levanta a mão pra bater e só acerta o vento 
soca o espaço 
esmurra o ar

O Abraço 
esse laço 
que acalenta o coração 

vou blindando o peito com aço e pedra 
e os braços 
logo 
esquecem que os abraços 
aquecem 
ou enlaçam espíritos 
vivos 
de corações de devaneios.

Abraços 
esse laço 
que aquece o peito e que tanto prezo e com alento vou deixando pelo caminho 
um rasto de nós 
mas que por outro lado 
evito 
e peço que não exista
 E que o próximo encontro
me abrace 
e aceite os nós 
que fomos e deixamos de ser .

somos breves 
só abrace para aquecer os encontros .

 

sábado, 27 de novembro de 2021

SABADU

Hoje foi um dia quente típico da primavera.
A cidade estava em ritmo do jogo do flamengo. 
Que no final perdeu o jogo. 
Mas os fogos e os bares cheios de gente ...
Uma gente meio perdida no tempo. 
Futebol é o ópio do povo.
Embriagados pensam menos.
Agora já tarde e bêbados e derrotados reinam em silêncio. 
Lá fora o cheiro do gás de rua - deve vir do posto de gasolina ... Invade as narinas ... 
Os dias poderiam ser únicos em si. E saber que amanhã começa tudo do zero ... Sem risco de sofrer por isso ... Sem passado ou futuro.

Existe mão e contramão das coisas.
Mas nesses tempos pandemicos que ainda existe gente que não quer se vacinar e outros tantos que pegaram a doença e não testaram... 
Nos não sabemos nada. 

Esperamos um tanto de atenção da vida . E o esquecimento da morte.
Queremos um afago sincero e um tempo remosso para caber o que quisermos ...

Nós não cabemos em nós mesmos.
Mas insistimos nas roupas e na pele que vistimos .

Esse tempo não passa. 
O cigarro do vizinho invade o quarto.
Inrrita 
Da raiva. Fumo junto a fumaça alheia. 

Poderiam ser gatos estendidos nas janelas miando ... Seria mais divertido. 

Tem gente nos bares nas festas e nos esculachos vivendo o limite. 
Estamos no limite . No precipício 
Na esquina do absurdo.
Hj é sábado 
E muito vão viver alucinadamente como não houve amanhã.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Ausências e presenças

Faz tempo
Bastante tempo.
Quase sumi.

Fato que tenho escrito direto no Facebook.
É ágil, prático, dinâmico e temporário.

Se tivesse que editar tudo por aqui... 
levaria um outro tempo que não tive esse ano.

2021...
me soterrou.
deu lona
quase me matou
levou comigo sonhos projetos desejos 
e deixou mais um quilo de raiva sombras e distancias 

a presença da doença 
estando com ela na real
no tempo real 
na hora real 
com cronometro real 
faz a vida valer quase nada na real

no mundo físico não perdi quase nada 
mas no mundo etéreo 
os cortes foram fundos

levaram consigo meus desejos e vontades 
me fez olhar novamente para as pessoas como efêmeras - fumaças andantes
quase nada 

suas verdades estão sob máscaras
suas vaidades impressas em mascaras sob seus umbigos.

Escrevo na dose da cachaça que me nutre todos os dias 
uma dose de 50 ml 
é a dose de palavras que cabe no copo e escorre pela língua e pinga em teclados reluzentes.


não 
não há beleza 
é verborragia pura!

Ser poeta em tempos obscuros e sombrios é estar nas linhas de trincheiras de guerra.

Ando com flores em punho para que as armas não atirem balas que não forem de festim.


Nunca se armou tanto um povo e este atira pra matar

Eu atiraria pra matar se eu soubesse atirar 
 mas me contento em estar longe das armas e pedir fim as tantas nas mãos de quem acha que é diversão .....

A sociedade está doente 
doente de quase tudo 
Ansiosos depressivos compulsivos devastados gripados enlouquecidos de si mesmos  - perdidos na imensidão dos nadas que lhes consomem... vivem nas nostalgias de serie em Netflix e coisas do gênero ... não bebem e nem fumam não transam não cagam não vão a praia não surpreendem não vivem o dia não vivem a noite não se jogam do 10º andar não abotoam os botões da camisa e nem do paletó ....
essa sociedade que pede tudo pelo aplicativo e se iludi com qualquer coisa nos youtubers da vida ... e acham o máximo saber tudo sobre o grão de arroz e xinga verbalmente os signos do zodíaco dizendo que é tudo balela mas adora um deus torturador 

Quem sou eu ?

eu apenas observo da janela do segundo andas entre janelas e paredes um universo caótico... 
nada me espanta 
mais que baratas voadoras. 

sábado, 8 de maio de 2021

sumiço

Sumiço.

sumi.

tomei vapor 

engoli uma cartela de doril.

Mas não foi que quiz .... 

 pc ruim sem pc sem quarto e sem nada sem chão 

o chão que se anda some com o tempo quando se perde o rumo - ou quando não se vê o rumo ....

De dia ou de noite tudo fica meio turvo ... 

busco fuga

as palavras foram passear pelo Facebook

tá lá no Ester Zerfas .

está quase que diariamente ... ta  na força da pandemia dos 411 mil mortos ....

As constelações meio que se perderam - ganharam outros desenhos 

tenho sede ... enquanto a água saia turva da torneira... 

As perdas vieram como foice afiada cortando a cevada e o trigo na plantação... 

levou a minha prima Ivone 

levou o pai da amiga Lolo... 

veio assim sem avisar de noite na madrugada ... sem deixar tempo pra respirar ... 

2021 ainda tem cara de 2020 ... respira com com mascaras e sem mascaras um monte de virus .... 

Estamos todos manchados de sangue e dor .... 

Chega o fim do outono - não falei das flores do aterro e nem dos ipês da Floresta da Tijuca - estou na solidão do tempo ... caminho sem mão - caminho sem esperar tem quem ande comigo - caminho sozinha no tempo no caminho e brigo com as minhas quedas - pulo os buracos e atravesso pontes - estilhaço janelas e não tenho medo se não de mim mesma ...

sumo . mas não esqueço . logo dou cor a esses dias .


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